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TERRA MOLHADA

PROMESSA DE FRUTOS MADUROS, DE ABUNDANTES COLHEITAS... BÊNÇÃO DAS PRIMEIRAS CHUVAS DE VERÃO... DOCE PERFUME DE TERRA MOLHADA...

TERRA MOLHADA

PROMESSA DE FRUTOS MADUROS, DE ABUNDANTES COLHEITAS... BÊNÇÃO DAS PRIMEIRAS CHUVAS DE VERÃO... DOCE PERFUME DE TERRA MOLHADA...

NATAL DE PARTILHA...


Natal pleno é
Ajudar o outro a ter igual
A tudo o que já temos
(E às vezes não merecemos)
Mesmo antes do Natal
E também não ficaria mal
Um pouco de luz a menos
Porque só assim veremos
O brilho da estrela - a tal
Que dizem foi o sinal
Do Natal que hoje temos
Do Natal que queremos
Menos desigual
Aqui ou em Nazaré


P.S.: Do mais simples dos desejos se pode fazer um projecto e do projecto mais simples pode nascer uma Obra...
Este é apenas o meu desejo mais simples que gostaria simplesmente de partilhar com todos os meus amigos...
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

QUASE NADA...

Mil vezes tentei
E outras tantas desisti
Quase fiquei
Quase parti
Mas só quando quebrei
A dependência de ti
E me libertei
Percebi
Que quase nada
Mantinha a chama
E esta apagada
Resta a quem ama
Pouco mais que nada
Acabamos pois com tudo
(Afinal quase nada)
Parti mudo
E tu calada
Afinal para termos tudo
Faltou só um quase nada
De tudo...

BOIA DE SALVAÇÃO

Levanto-me (uma vez mais) instável como vara de vime fustigada por um vento inexistente  e tacteio no escuro o espaço à minha volta em busca de algo a que me agarrar: podem bem ser as lianas dos teus braços ou o aconchego das bóias de salvação que nunca me recusaste em nenhum momento (mesmo naqueles em que não existindo qualquer emergência, eu te procurava…)

Qualquer um desses “meios de salvamento” por si só, seria capaz de me resgatar com êxito do abismo em que me sinto afundar mas em conjunto então, garantiriam seguramente a obtenção desse desiderato…

Mas não! O que as minhas mãos encontram - porque não te encontram - é o vazio, a ausência de qualquer ponto de apoio (e ausência é “encontrar” coisa nenhuma…)

E mesmo que já o soubesse, constato uma vez mais que vazio e ausência são características de todo o espaço físico em que tu não estejas presente. E por isso não poderia ocorrer outra coisa senão esta: Sem ti, sem as lianas dos teus braços, sem o teu corpo (e a bóia de salvação que sempre nele tenho encontrado) caio de novo e mais uma vez (quiçá a última, a não ser que voltes - fisicamente - porque na verdade, em espírito tu sempre aqui tens estado!)

 

RURAL DEALBAR...

Sinto falta da magia
Do meu rural despertar
Onde podia acordar
Escutando a cotovia
 
No urbano dealbar
É bem menos musical
A rotina matinal
Que me faz levantar
 
Música só se gravar
Porque as aves coitadas
Partiram escorraçadas
Já não conseguem cantar
 
E se levanto o olhar
Para além da entrada
O que vejo é a estrada
E não o pomar
 
Ai como sinto a nostalgia
Dessa vida sadia!
Quiçá possa um dia
Ouvir de novo a cotovia…

NÚVENS COR DE ROSA...

O poeta é um fingidor

Se vê nuvens carregadas

Para além das cumeadas

Pinta-as de outra cor

Com a caneta

Em vez da paleta

Se nos fala de amor

E porque a rima

Às vezes termina

Em resquícios de dor

Lá tem que improvisar

Para nunca rimar

Com desamor

E de tanto fingir

Ou então de omitir

Esquece a própria dor

(Pelo menos neste dia

Dedicado à poesia

Quero ser um fingidor)

 

 

AI! ROMA, ROMA...

Ai! Roma, Roma...

Continuas em coma

A tua Fé

Já não é

A chama

Que inflama

Os corações

E se em multidões

Ainda te banhas

Elas já não são tamanhas

Porém mais perspicazes

Atentam no que fazes

Ai! Roma, Roma...

Qual nova Sodoma

Acolhes dentro de muros

Homens impuros

A quem dás protecção

E com a mesma mão

Com que comungas

Tu excomungas

É assim no Brasil

Onde um Bispo senil

Excomungou

Não quem violou

Mas a vítima inocente

E quem piedosamente

A socorreu

Por isso te digo eu

Ai! Roma, Roma...

Se continuas em coma

Acabarás transformada

Em terra, pó cinza e nada

Porque a vida continua

Mesmo sem a'juda tua

Ai! Roma, Roma...

E continuas em coma!