PERCURSOS DE PRAZER -II...
Vezes sem conta te percorro e mesmo assim às vezes me perco, porque em cada viagem, me pareces diferente, qual estrada ainda não memorizada…
Cada viagem é como se fosse uma primeira caminhada, quase nunca coincidente com a rota programada: umas vezes são as curvas, que me parecem diferentes ou mais acentuadas, outras é o espaço em que me movo, que me parece renovado.
E parecendo-me diferente o caminho, ainda que o não seja de todo, nem sempre consigo acertar a passada: às vezes corro demais, alargo demasiado o passo, outras vezes distraio-me com a beleza da paisagem e vejo-me ultrapassado…
Mas o combinado foi que corresse-mos lado a lado e se outras formas não houver de acertarmos o passo, poderemos sempre recorrer aos tântricos ensinamentos – que quem cozinha depressa come mal cozinhado…
Há também algumas vezes, em que a bússola natural me indica um “Norte” errado: quero estar a montante (do teu sorriso) e afinal já estou a jusante e em pleno Paraíso…
É então, que qual ponteiro frenético me ponho à procura do teu magnético “Norte” - não porque pense lá parar, mas porque só ele me permitirá calcular as coordenadas previamente combinadas, ou então improvisar se for isso o que mais te agradar…
Mas têm sido raros os desnortes e mais os sincronismos, poucos os despistes ou as falsas partidas e muitas (foram e hão-de ser) as provas superadas!
(06-09-2008)