TETRAEDRO DE FOGO...
Nos teus olhos a negação
Pode ser percalço
Porém vou no encalço
E em reflexa reacção
Transformo o teu não
Onde adivinho indecisão
Em lenta degustação
Em deleitada fruição
Ainda contida
Mas agora consentida
Progressão
Palpação
Avaliação
E na clara percepção
Da tua palpitação
Diagnostico e prescrevo
A medicação
Porque o não
Nunca foi mesmo opção
Prolongamos a contenção
Do tântrico momento
Num século de fruição.
Até à ignição
À explosão
À combustão
Um minuto mil um milhão
Precedem a exaustão
Ou não
Porque a todo o momento
O reacendimento
Pode ocorrer
Se activo permanecer
O triângulo de fogo
(Tu e eu combustível
Eu e tu comburente
E calor de nós dois)
Só haverá epílogo
Quando um dos dois
Aceitar o depois
Isto se não acontecer
Que entre o querer e o poder
Inesperada
Incontrolada
A triangular combustão
Vire tetraédrica reacção
Que nem o mútuo querer
Seja capaz de conter
(E sendo assim
O teu sim
Ou teu não
O meu não
Ou o meu sim
Deixam de ser opção)
Uma abordagem poética sobre a definição conceptual da química do fogo (a minha 'costela' de formador na prevenção de incêndios...).