ACREDITAR!
Encontro inesperado
No local mais improvável
O mesmo ar afável
O mesmo sorriso rasgado
Mas senti que era diferente
Menos seguro o seu caminhar
Menos brilhante o seu olhar
Amigo atento nota sempre
E ainda que o sofrimento
Seja algo indefinido
Ou apenas pressentido
Senti-o nesse momento
Como a bruma matinal
Na despedida do Verão
Pressagiando a transição
Para a estação outonal
Mais tarde nesse dia
Tive concreta explicação
Na conversa que travamos
Recusei apreensão
E consensualizamos
Que quem avaliasse só podia
Definitivamente dizer não
Se da amiga o coração
Porventura periclita
O dos amigos incita
No meu léxico minha querida
Desânimo é palavra banida
Outra acabo de inventar
Acreditar
Escrito em 14 de Setembro.
(Um gesto de solidariedade para com uma amiga muito querida, a braços com uma dúvida sobre a sua saúde – que espero, ou melhor, que acredito, não virá a confirmar-se!)