As flores da tua beleza
Anunciam-te a chegada
De promessas carregada
Dos frutos a certeza
Não nos podes ainda dar
Que nada está garantido
Nada pode ser colhido
Se não te soubermos cuidar
Sabendo ser previdentes
Usando-te sem destruir
Fruindo sem te exaurir
Nunca comendo as sementes
Das sementeiras futuras
Só assim voltaremos a ver
No teu ventre fecundo crescer
Promessas de frutas maduras
Amar
Ouvindo o mar
Em fundo
Planar
Despertar
No topo do mundo
Interpretar
O teu olhar
Profundo
Libertar
O mar
Com que te inundo
Gritar
Sentindo vibrar
Teu “G” mais profundo
Recomeçar
Como as ondas do mar
Até ao fim do mundo…
(24-02-2009)
Eram menos bonitas
As irmãzitas
Pelo menos dizia
Quem as via
Quand'ousavam sair
Sem se vestir
(Eu não afirmo
Tampouco infirmo
Que nunc’as mirei)
Mas sei
De fonte segura
Que mais formosura
Sempre almejaram
E tanto procuraram
A solução ideal
Que no Hospital(*)
Acordaram deitadas
Cortadas, modeladas
Retocadas pela mão
Do cirurgião…
(*) …numa cirurgia de redução mamária no Hospital de S.João, no dia 18 de Fevereiro de 2009
(20-02-2009)
Gosto de acordar
Bem devagar
E enquanto me liberto
Do lânguido aperto
Do teu abraço
Eu ganho espaço
Para desfrutar
Do teu despertar
E por um momento
Recuo no tempo
Revendo alvoradas
Bem mais agitadas
Em que não acordamos
Só porque ficamos
A noite ocupados
E bem acordados…
(19-02-2009)
Hoje acordei devagar
E nesse lento acordar
Houve um momento
De puro encantamento
Em que senti o calor
(Ou terá sido o sabor)
Da tua pele
(E eu que gosto de mel)
Como tudo o que apraz
O momento foi fugaz
Constatei então
Que a minha mão
Afagava com ternura
Não a tua cintura
Mas a prosaica almofada
Em qu’estiveste deitada
E não era de ti
O calor que senti
Er'apenas a janela
E o Sol através dela...
(18-02-2009)
Bem haja S. Valentim
Por te trazer até mim
Não o de Gondomar
Que esse não tem altar
E “santos” assim
Quero bem longe de mim
E porque pr’a rezar
Tenho de ajoelhar
Fica junto ao santo
Em doce quebranto
Assim rezo aos dois
A ele antes a ti depois
Que os últimos sempre são
Primeiros no coração
E tu tens no meu
Um lugar que é sempre teu
(14-12-2009)
Não sei se consigo…
A vida inteira contigo
Em loucas correrias
Já falham as energias
Metade de mim
Diz que sim
A outra metade
Não tem vontade
A mesma iguaria
Em cada dia
Embota o palato
Mascara o olfacto
Temos pois de inovar
Evitando saltar
Sobr'os preliminares
Variar os manjares
E quiçá talvez
Tentar outra vez
Com as ondas em fundo
No Cabo do Mundo
(Ou noutro lugar
Onde haja mar...)
E depois o sofá
Da Casa de Chá
E um chocolate
Quente como remate…
PS : E que S.Valentim
o realize assim...
(10-02-2009)
TGV, TGV,
Blá-blá-blá na TV
E nos jornais que ninguém lê...
E mais isto e aquilo e não sei quê
Papagueiam o ministro das O.P.
E a Ana P.V.,
Monocórdicos, como quem lê...
E quem os ouve sabe porquê:
Quem os manipula não se vê
Mas tem-nos à mercê
E exige um TGV
(Pago com quê?
Para transportar o quê?)
(17-01-2009)
De Natal e circunstância
Era aquele jantar
Não havia caviar
Mas sobrava jactância
De Rosa de Luxemburgo
Nem o perfume sequer
Que o chefe não quer
Maus costumes no burgo
Mas sempre perspicaz
Ele topa a monotonia
Cala'o Hino à Alegria
E resolve soltar um gás
Filho da dispepsia
Sai por um sítio mais nobre
Que o gás do pobre
Que sai da zona da bacia
E dita então socrático
"O que estamos a precisar
É de um Partido Popular
Do Socialismo Democrático"
P.S . ("P" de Partido e "S" de Sócrates... )- E talvez tenhamos um dia, numa feliz junção um Partido Popular da esquerda moderada (do socialismo democrático?): uma espécie de tenda de circo gigante, onde se possam acolher "engenheiros-técnicos pseudo socialistas", damas de ferro, Paulinhos das feiras e respectivos seguidores...
Sugestão para a sigla: PPSD (Partido Popular Social Democrata...).
Ficava engraçado!
(19-12-2008)
TANTOS “…ENTA” JÁ CONTADOS
MUITOS AINDA P’RA CONTAR
E QUE SEJAM PREMIADO
COM SAÚDE E BEM-ESTAR
E QUAND’OS “…ENTA” TERMINADOS
VAMOS OS “…ENTO” FESTEJAR
FILHOS E NETOS “ARRUMADOS”
HÁ BIS/TRINETOS P’RA MIMAR…
PORQUE EXPERIÊNCIA DE VIDA
TEM TANTA AINDA P’RA DAR
QUEREMOS MÃE/AVÓ QUERIDA
MUITOS “…ENTO” FESTEJAR!
P.S.: Escrito na véspera do dia em que uma sogra muito especial (a minha) fez nov...enta anos - 8 de Dezembro de 2008. O ar sério que apresenta, tem a ver com a responsabilidade que assumiu perante todos, de - terminada a série dos "enta" - fazer ainda muitos "ento" para nós festejarmos...